15 de Maio de 2020
O presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas explica que os dados da evolução da pandemia da Covid-19 não transmitem segurança para a reabertura das escolas.
Fausto Pinto, presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas, acredita que o regresso às aulas presenciais representa um risco desnecessário. Em declarações à Renascença, Fausto Pinto explica que pode ser demasiado cedo para a reabertura das escolas, mesmo que de forma parcial.
“Só atingimos pico de doentes infetados ativos esta semana, temos o r0 à volta de um e há estudo que mostra que a abertura das escolas está associada a uma tendência no aumento do potencial de contaminação. A nossa recomendação foi no sentido que achamos mais prudente não haver a reabertura das escolas, porque é um risco desnecessário para correr neste momento”, diz.
O presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas recorda ainda que “em muitas escolas foram feitos programas de ensino à distância, já com sucesso na criação de rotinas” e recorda que “falta apenas um mês para terminarem as aulas”.
Segundo Fausto Pinto, a pandemia da Covid-19 ainda acarreta demasiadas incertezas para a tomada de certas decisões.
“A incerteza ainda é muito elevada, temos países que só agora começaram com essas medidas e estão à nossa frente. Poderíamos ter sido mais comedidos nas decisões, é um risco que se corre”, diz.
Mais vale prevenir do que remediar
Fausto Pinto acredita ainda que, sobre a segunda fase de desconfinamento, com base nos números da DGS, diz que mais vale pecar por excesso de cautelas do que chegar a um ponto em que podemos perder o que foi conquistado.
“Os números são prematuras. As consequências são imprevisíveis, tendemos a ser mais cautelosos. Achamos que tudo o que pode ser feito em termos de prudência, deve ser feito, mais vale pecar por excesso do que chegarmos a uma situação em que temos de voltar atrás”, explica.
No entanto, tem uma opinião diferente em relação ao regresso à atividade na restuaração. Pode-se testar um regresso à normalidade, porque o risco é muito menor do que nas escolas onde estamos sempre a falar de uma concentração muito maior de pessoas.´
“Podemos ir testanto em algumas áreas e aprendendo com outros países. As pessoas já andam com mais cuidados, com máscaras, distânciamento e higienização. Tudo isso permite ir testanto algumas medidas, mas é diferente de situação que envolvem milhares de pessoas, como a reabertura das escolas”,