in FMUL
Em declarações à SIC sobre os fundamentos da contestação da decisão do Governo em abrir mais vagas no acesso aos cursos de Medicina no próximo ano, o Presidente do CEMP (Conselho das Escolas Médicas Portuguesas), Fausto J. Pinto, reforçou que “não há nenhuma razão para aumentar a oferta formativa”, quer através de novas instituições de ensino ou aumento de número de vagas. Um aumento deliberado pelo Governo que pode ir até 15% e que gerou discordância por parte do CEMP e da Ordem dos Médicos.
Na reportagem, que realça a autonomia das Instituições para decidir vagas, destacando a renúncia das Faculdades de Medicina em aumentar esse número, Fausto J. Pinto salienta que “o número de médicos que é formado neste momento em Portugal, não têm capacidade de poder desenvolver a sua atividade de forma mais diferenciada, uma vez que não há capacidade do sistema absorver esses médicos”.
O Diretor da FMUL realçou, ainda, que das cerca de 1800 vagas que abriram no ano passado, “
“um número excecional, o maior número de vagas que abriram”, aproximadamente 600 médicos ficaram impossibilitados de exercer uma especialidade, “desde Medicina Geral e Familiar a todas as outras”, explicou em entrevista à SIC.
A intenção das Faculdades de Medicina do país de não aumentar a oferta formativa é, também, destaque no jornal Público, numa publicação que reforça os manifestos e diligências públicas do CEMP.
“As novas vagas para o Ensino Superior entram em concurso a partir de 7 de agosto, altura em que arranca a primeira fase do concurso nacional de acesso, cita a Rádio Renascença na notícia que destaca a posição do CEMP, da Ordem dos Médicos e também da Associação Nacional de Estudante de Medicina sobre a matéria.
À Rádio Renascença, Fausto J. Pinto afirmou que “o decreto não é impositivo: permite que…, mas não impõe”, adiantando que “o nosso sentido de responsabilidade nos vai levar a não tomar essa decisão, uma vez que isso iria ter as consequências que temos vindo a advertir, portanto, não vamos correr esse risco”.
O Observador destaca que o Conselho de Escolas Médicas foi “sistematicamente ignorado” e que a decisão do Governo está escudada “por uma lógica demagógica e irrealista”, num artigo que conta com os comentários de Carlos Robalo Cordeiro, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, e de Altamiro da Costa Pereira, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.