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O estudo VITACOV, pioneiro em Portugal e no mundo, pretendeu estudar a relevância da vitamina D na resposta imunitária, associando o défice desta vitamina a um maior risco de infeções agudas. A investigação obteve três resultados muito relevantes tanto para a população, como para os serviços de saúde, que vão ser apresentados já no próximo dia 13 de maio, pelas 11h00, no Summit do evento “Maio no Coração”.
Coordenado pelo Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, na pessoa do Prof. Doutor Fausto Pinto, e em parceria com a empresa HeartGenetics, Spin-Off do Instituto Superior Técnico, na pessoa da Prof.ª Doutora Ana Teresa Freitas, com a Nova Medical School, na pessoa da Prof.ª Doutora Conceição Calhau, com a Faculdade de Medicina do Porto, na pessoa do Prof. Doutor João Tiago Guimarães, e com o Instituto Gulbenkian da Ciência, na pessoa da Dr.ª Ana Portugal Melo, o projeto VITACOV foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, ao abrigo do programa “Research 4 Covid-19 Apoio especial a projetos de implementação rápida para soluções inovadoras de resposta à pandemia de COVID-19”.
O estudo avaliou, entre agosto de 2020 e janeiro do presente ano, 517 doentes admitidos nas urgências dos Hospitais de Santa Maria em Lisboa e do São João no Porto.
Os resultados obtidos mostram que pessoas com níveis de vitamina D muito baixos apresentam uma resposta muito agressiva à infeção COVID-19, levando na sua grande maioria à morte. Além deste, foi possível identificar uma associação entre características genéticas e os baixos níveis da vitamina D em circulação, mostrando a relevância da genética neste contexto.
No entanto, um dos resultados mais relevantes apresentados prendeu-se com a caracterização, pela primeira vez, da genética da população portuguesa para a área da vitamina D. O confronto dos dados genéticos obtidos pelo projeto para 517 pessoas com os dados existentes na base de dados de um dos parceiros do projeto, a empresa HeartGenetics, permitiu validar que a população Portuguesa tem uma prevalência de algumas alterações do genoma, quatro vezes superior à média Europeia, que levam a uma predisposição genética para défice de vitamina D. Este resultado pode ajudar a compreender outros resultados científicos obtidos em 2020, por outros grupos de investigação em Portugal, onde foi possível demonstrar que cerca de 60% da população portuguesa apresenta níveis de vitamina D em circulação muito baixos, quando comparado com cerca de 20% da população finlandesa, por exemplo, para a mesma época do ano.
Estes novos dados provam que não é correto supor que os países com mais exposição solar não apresentam problemas com deficiência de vitamina D, mostrando que a caracterização genética, a monotorização da vitamina D e a adoção de outras recomendações ao nível populacional devem ser implementadas.
Um ano após o início da pandemia, está descrito e aceite pela comunidade científica que a deficiência de vitamina D pode ser um fator de risco para a mortalidade em pacientes infetados com COVID-19.
Para assistir à sessão aceda aqui.