in FMUL
Decorreu na passada quinta-feira, dia 23 de junho, no Auditório 1.17 do Edifício Reynaldos dos Santos da FMUL, a conferência “Investigação em Saúde Mental: Repensar Prioridades?” uma iniciativa da Biblioteca da Faculdade de Medicina e do Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE), em colaboração com o Centre for Science and Technology Studies (CWTS) da Universidade de Leiden.
Esta conferência centrou-se em três grandes questões: até que ponto a investigação em saúde mental está alinhada com os desafios atuais? Como e quem deverá trabalhar na definição dos desafios futuros, do pondo de vista do investimento na investigação em saúde mental? Será necessário repensar e redefinir prioridades?
António Vaz Carneiro, Presidente do Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE), abriu a sessão mencionando a importância da realização desta reunião, devido ao facto de existirem poucos grupos que se dedicam à realização de ensaios clínicos na área da Saúde Mental, “a nível mundial são apenas 12 grupos”, referiu.
A pandemia Covid-19 foi um exemplo de doença que afetou a saúde mental da sociedade. Para Fausto Pinto, Diretor da FMUL, “a nossa Faculdade tem todo o interesse em acolher iniciativas como estas, porque é essencial discutir as prioridades para definir estratégias futuras”.
Miguel Xavier, Coordenador Nacional das Políticas de Saúde Mental, defende como aspeto crucial a “garantia dos direitos das pessoas, de forma a preservar a Saúde Mental”.
De seguida, foi momento para uma Sessão Plenária, moderada pela Susana Oliveira Henriques, Chefe de Divisão da Área de Biblioteca e Informação, e investigadora do CWTS – ULeiden, com a presença de três convidados: Graça Cardoso do Lisbon Institute of Global Mental Health, Sara Näsström da Agência de Inovação Sueca (VINNOVA) e Ismael Ràfols do CWTS – ULeiden.
Graça Cardoso, centrou a sua apresentação nas “Prioridades de Investigação para a saúde mental pública na Europa: recomendações do projeto ROAMER”, destacou que, “os problemas de saúde mental começam muito cedo, por vezes ainda na fase pré-natal, pelo que a aposta numa intervenção precoce é essencial”. De acordo com Graça Cardoso, o projeto ROAMER recomenda o aumento do investimento na investigação em saúde mental com maior intervenção e ligação à sociedade.
Sara Näsström, participou nesta conferência via zoom, abordando a “Estratégia Sueca para a Investigação e inovação em saúde mental”. Defendeu que, “as novas tecnologias, e a sua inovação constante, podem ser uma mais valia na intervenção e na resolução de problemas ligados à saúde mental”.
Ismael Ràfols apresentou o estudo bibliométrico: “Mapping Mental Health and Well-being. An investigation of the landscape of mental health research” e destacou a necessidade de se atribuir contexto aos indicadores bibliométricos apelando ao uso responsável dos mesmos.
Para debate e reflexão sobre os dados apresentados, a conferência terminou com uma mesa redonda moderada por António Vaz Carneiro e com a participação de Miguel Xavier, coordenador nacional das políticas de saúde mental; Caldas de Almeida, diretor do Lisbon Institute of Global Mental Health e Diogo Telles, diretor da Clínica Universitária de Psiquiatria e Psicologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.