Tecnologias e terapêuticas avançadas aliadas a diagnósticos precoces no combate à doença cardiovascular

in My Cardiologia

“Considero que cumpriu exatamente os nossos objetivos de atualização, na busca de novas soluções, na prevenção, no diagnóstico e terapêutica das doenças cardiovasculares e na promoção da saúde cardiovascular”. É assim que Fausto Pinto, presidente do 14.º Congresso Novas Fronteiras em Medicina Cardiovascular, descreve o evento cujo balanço é “extremamente positivo”, numa interação plena entre colegas nacionais e internacionais. Assista à entrevista.

Ao refletir sobre as principais mensagens que ficaram para os colegas, Fausto Pinto, reforça que “as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de mortalidade e morbilidade e Portugal, infelizmente não é exceção”. Nesse sentido, salienta que é importante apostar na prevenção tendo em conta que os especialistas dispõem de várias opções quer ao nível do diagnóstico, quer ao nível terapêutico, “algumas delas elevada complexidade e que envolvem tecnologia avançada”.

Além disso, o evento trouxe a discussão sobre “a promoção de estilos de vida saudáveis e ainda algumas estratégias que permitam melhorar a sobrecarga cardiovascular como um todo”, trouxe, também, uma sessão dedicada à investigação clínica, pois, consideramos que “é fundamental, em Portugal, podermos desenvolver cada vez mais esta área, na qual, por vezes, ainda temos algumas fragilidades, quando comparados com os nossos parceiros europeus”, refere.

Quanto à atribuição do Prémio AIDFM-CETERA, durante o congresso, Fausto Pinto refere que este é “um pequeno contributo para estimular a investigação cardiovascular em Portugal, particularmente pelas camadas mais jovens”. A partilha de ideias entre as gerações mais novas e as com mais experiência permite, além da troca de impressões, colaborações, alargar as redes de contactos – algo fundamental, hoje em dia, na ciência e, em particular, na Medicina”.

No que concerne aos principais desafios no tratamento das doenças cardiovasculares, Fausto Pinto destaca a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento. No que concerne à prevenção, Fausto Pinto refere que “temos sido bons a tratar, quando aparece a doença, já não temos sido tão bons a prevenir o aparecimento de doenças”, algo que tem de mudar, pois hoje em dia existem doenças, como a diabetes ou obesidade, que influenciam a saúde cardiovascular. Portanto, há que atuar no sentido de impedir, ou retardar, o aparecimento de doenças cardiovasculares, através de um diagnóstico precoce.

Relativamente ao tratamento, “temos grandes desafios e vários, quer na parte farmacológica, quer na parte dos dispositivos e de procedimentos”, dos quais são exemplo as próteses valvulares por via percutânea. Também existem desenvolvimentos “muito significativos” no tratamento de patologia designada como cardiopatia estrutural, “permitindo tratar um conjunto de doentes que há uns anos não hipóteses de tratamento”. Ao nível farmacológico, “temos ao nosso dispor fármacos que nos permitem abordar de forma mais eficaz o controlo da IC o controlo da diabetes e de alguns fatores de risco para doença cardiovascular e com isso melhorar também estas e outras situações”, destaca.

Já com data para a 15.º edição do Congresso Novas Fronteiras em Medicina Cardiovascular, de 14 a 16 de fevereiro de 2025, Fausto Pinto refere: “esperamos que tenhamos, mais uma vez, um número significativo de participantes e que possamos continuar a olhar para as doenças cardiovasculares com otimismo, com o intuito de as prevenir e tratar no sentido a que as pessoas possam viver mais e melhor”.

À semelhança daquilo que tem vindo a ser cultivado num congresso que conta com 14 edições, espera-se que a próxima mantenha a busca por temas com uma “perspetiva abrangente, nas mais variadas áreas da patologia cardiovascular”, além disso, procura-se que venha a representar aquele que é “o estado de arte e as novas áreas, como a reabilitação cardíaca ou a patologia da aorta que, entretanto, forem desenvolvidas a nível nacional e internacional, olhando para o futuro e para as novas fronteiras”, destaca.

O 14.º Congresso Novas Fronteiras em Medicina Cardiovascular decorreu de 23 a 25 de fevereiro, no Hotel Praia D’El Rey Marriott, em Óbidos.

Recent Comments