Escolas Médicas Portuguesas insistem em uso obrigatório de máscaras para todos

05 Abril 2020

in FMUL: Num comunicado enviado hoje pelo Conselho de Escolas Médicas Portuguesas, a todos os meios de comunicação social, foi mais uma vez manifestado publicamente a necessidade do uso de máscaras como forma obrigatória de prevenção da COVID-19.

Este comunicado vem fundamentar cientificamente argumentos já apresentados pelo CEMP e que deixam claro que se cada pessoa usar a sua própria barreira protetora, minimiza os riscos de se infetar, ou infetar outros.

Foi não só no papel de Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, mas principalmente enquanto Presidente do CEMP que Fausto J. Pinto justificou a necessidade de mais um comunicado. Em entrevista à RTP3 recorreu ao caso da República Checa como país a seguir o exemplo e que tendo começado a pandemia quase em simultâneo com Portugal e com a mesma população aproximadamente, facto é que o número de infetados é francamente menor, a justificação imediata pode ser “ a existência de uma barreira física que pode fazer a diferença entre estes dois países”. Foi mais abrangente ainda, “basta ver os contrastes entre países asiáticos e europeus e o uso antecipado de máscaras. Qual foi a principal diferença? Precisamente o uso compulsivo dessas máscaras”.

Questionado sobre o facto de a DGS não apelar ao uso massivo de máscaras Fausto J. Pinto referiu que “a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) tem, neste momento, uma equipa a fazer reavaliação da evidência científica, sobre o uso permanente de máscaras, ainda assim, cada país tem autonomia total para decidir por si, não sendo lei aquilo que a OMS diz”. Admitindo, no entanto, ter noção da escassez de máscaras no país, insiste que “uma barreira de proteção, seja ela qual for, é mais eficaz que nada”. 

Entende-se assim que a carga viral com máscara é sempre menor do que não existindo qualquer proteção, mas o Presidente do CEMP advertiu ainda para o perigo de não se saber quem está infetado e poder ser transmissor, já que em Portugal apenas 1/5 da população está identificada como doente, o que significa que todos os outros são desconhecidos.

“Utilizar a máscara não exclui todas as outras medias, claro que não!” afirma, “mas precisamos de mais esta, é preciso que as autoridades percebam isso!”. E termina explicando que este comunicado mais não é do que um dever cívico que a todos obriga a expressar cuidado pela população geral.

“Nós escolas Médicas não governamos, mas temos o peso científico e a autoridade ética e cívica para recomendar e é isso que estamos a fazer!”.

Entretanto também em declarações à RTP a Ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que “a Direção Geral da Saúde (DGS) pediu ainda hoje um parecer ao coordenador do Programa Nacional de Prevenção e Luta contra as Resistências Microbianas e esse parecer vai no sentido de equacionar o uso mais amplo das máscaras”.

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