TSF, 3 de Abril de 2020
O presidente do Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP), Fausto Pinto, critica a posição da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre as máscaras de proteção face à pandemia de Covid-19 e defende que o argumento da sua ineficácia não é verdadeiro.
“Está demonstrado que a utilização das máscaras diminui o potencial de contaminação. O que nos incomodou na posição da Direção-Geral da Saúde foi o argumento utilizado: de que não era eficaz. Isto não é verdade. O que temos é que não há máscaras suficientes e, por isso, arranjou-se um artifício, uma desculpa, dizendo que as máscaras não são eficazes”, afirma o líder do conselho que reúne a academia portuguesa na área da medicina.
Fausto Pinto recorre ao exemplo da República Checa, “um país com a dimensão de Portugal”, para explicar que a política checa de utilização obrigatória de máscara de proteção resultou em “metade dos casos e cerca de 40 mortos” provocados pelo novo coronavírus, reiterando ainda que se ensina “em dois minutos” a população a usar uma máscara corretamente.
Em defesa da “atitude de intervenção cívica” do CEMP, que já emitiu dois comunicados com recomendações nos dias 25 e 28 de março, o também diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa considera que as medidas de quarentena em vigor no país “deviam ser mais rigorosas” e que a economia precisa ficar para segundo plano.