Prof. Fausto Pinto participa em debate sobre Cirurgia Cardíaca na era atual

in FMUL

A discussão travou-se em torno da cirurgia cardíaca nos tempos atuais e dos desafios que se colocam à Cardiologia, uma das especialidades fortemente impactadas pela Covid-19. No debate, que ocorreu em formato de webinar, promovido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Fausto Pinto começou por falar sobre a retoma da atividade da especialidade médica no nosso país, recordando a reorganização dos serviços e unidades de saúde para fazer frente à pandemia. “Conseguimos numa primeira fase manter os hospitais e manter o sistema de saúde a funcionar sem rutura”, contrariamente ao que aconteceu noutros países, realçou o Professor.

Na qualidade de médico Cardiologista, Presidente da World Heart Federation, Diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital de Santa Maria e também responsável pelo Departamento de Coração e Vasos, Fausto Pinto fez, então, o retrato dos constrangimentos sentidos na Cardiologia em plena pandemia, apontando a “redução significativa nos procedimentos eletivos e até nos procedimentos urgentes”. Durante o mês de março, e até início de abril, adiantou Fausto Pinto, “houve, no maior hospital português, uma redução de mais de 50% de pacientes com enfarte do miocárdio com elevação de ST e os que vieram, vinham já numa fase muito avançada”. “Nós vimos complicações mecânicas do enfarte que já não víamos há algum tempo”, afirmou, destacando o medo dos doentes que reduziu drasticamente a afluência ao serviço de urgências, “algo que progressivamente está a ser melhorado e retomado”.

De acordo com o Professor, houve a preocupação de priorizar pacientes, através de “uma categorização de acordo a sua situação clínica, quer para a cirurgia, quer para a intervenção estrutural ou coronária”, explicando que todos os pacientes são testados à Covid-19 antes de qualquer procedimento, o que “tem funcionado de forma bastante adequada”.

Fausto Pinto trouxe, ainda, à discussão as “tecnologias disruptivas” que estão ao serviço da inovação da área médica, bem como o lado menos sombrio da pandemia, que abriu novas oportunidades e colocou a “telemedicina” num lugar cimeiro, para além da perspetiva do futuro pós-Covid, num debate que pode rever aqui.

Confiança, para os pacientes e profissionais de saúde, e cautela, numa retoma progressiva da actividade médica são, na opinião do Prof. Fausto Pinto, “as palavras-chave” para enfrentarmos os desafios de tempos tão incertos como o que vivemos agora.

Homem de óculos em videochamada

O conhecimento e a prevenção são, sem dúvida, as melhores estratégias a adotar na Saúde. Estima-se que a insuficiência cardíaca, em Portugal, afete 400 mil pessoas, prevendo-se um aumento de 30% no número de doentes até 2034, avança o Observador, na notícia sobre o estudo que está a ser preparado pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) para “conhecer a real prevalência da insuficiência cardíaca no nosso país”.

O estudo teve início marcado para outubro, mas foi adiado em virtude da pandemia de Covid-19, e pretende “recolher dados de entre 8.000 a 10.000 pessoas para fazer a fotografia da insuficiência cardíaca em Portugal”, procurando “encontrar os doentes que não estão diagnosticados e, por isso, não sabem que sofrem de insuficiência cardíaca”.

Cristina Gavina, vice-presidente da SPC, afirmou à agência Lusa, que se trata de um problema de saúde pública, olhando para a insuficiência cardíaca como “a pandemia do século XXI” e uma das principais causas de internamento, para além das doenças respiratórias.

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