in FMUL

4 de Outubro de 2021, 16:03

Ao longo da manhã desta segunda-feira, dia 4, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), decorreu o Dia da Faculdade, tendo como figuras principais os novos estudantes, que hoje acolhemos e iniciam a sua caminhada académica.

grupo de estudantes em circulo
grupo de estudantes em circulo

senhores em pé de toga​​​​​​

senhor em pé de toga

Nesta cerimónia estiveram presentes: Fausto Pinto, Professor e Diretor da FMUL, João Martins, Presidente da Associação de Estudantes da FMUL e António Manuel da Cruz Serra, Reitor da Universidade de Lisboa.
Foram ainda feitas, como habitualmente, as homenagens ao Professores, Investigadores e Colaboradores técnicos e Administrativos, assim como atribuídos os diplomas de mérito 2019/2020 e 2020/2021, e, também, os prémios de excelência FMUL/CGD dos anos 2019/2020 e 2020/2021.

auditório faz ovação
plateia


Num discurso de quase despedida ao atual Reitor, Fausto Pinto aproveitou a abertura do ano letivo para enaltecer a capacidade de reação da Faculdade de Medicina face a situações novas de grande impacto. “É um facto que vivemos tempos inéditos, em vários sentidos, que nos fizeram repensar muitas coisas, incluindo muito do que tínhamos por adquirido. Mas também são estes os momentos que nos devem servir para explorar novas oportunidades e encontrar novos caminhos e formas de estar. E é isso que temos feito nesta casa e iremos continuar a fazer ao longo deste percurso conjunto que agora se inicia para todos vocês”.
Hoje a FMUL estende-se muito para além do seu campus, tendo estabelecido vários protocolos de cooperação com vários Hospitais Afiliados e Centros de Saúde para o ensino pré-graduado, a quem quero também agradecer toda a colaboração que têm prestado ao longo dos anos”.

A mensagem acutilante do Diretor sobre algumas tomadas de posição públicas, ficaram expressas na última parte do seu discurso. “Uma das grandes lições da pandemia que ainda vivemos, foi mostrar quão dependentes estamos dum sistema de saúde sólido e duma comunidade científica robusta, pelo que deveria ser claro para os decisores políticos, a necessidade dum reforço muito substancial da área da Saúde e do apoio à ciência e ensino médico, começando desde logo pelo reforço do orçamento das Faculdades de Medicina, esse sim, uma prioridade. Contudo, é com profunda mágoa que vemos a tutela assumir posições de todo incompreensíveis, reveladoras duma insensibilidade e desconhecimento total sobre a realidade da formação e ensino médico em Portugal e no Mundo. A recente intervenção pública de altos responsáveis políticos, desvalorizando, por completo, o que têm sido as posições unânimes de todas as estruturas com responsabilidade no ensino médico, ou seja, ANEM, OM, CEMP, insistindo no cliché estafado de “bloqueio corporativista”, seguramente de grande alcance populista, mas que mais não representa uma enorme cortina de fumo para quem não está interessado minimamente em perceber os problemas e a realidade da formação médica em Portugal.
Com foco no ensino e na responsabilidade que pretende incutir perante aqueles que hoje entram, Fausto Pinto terminou com uma mensagem direta aos recém-chegados. “Continuaremos a bater-nos por um ensino de qualidade e pela valorização da profissão médica, e não pela sua banalização ou desvalorização, como alguns parecem pretender. É desde agora que todos, começando por vós, nos temos de bater por essa valorização, sob pena de num futuro próximo o ato médico se transformar num ato burocrático ou numa mera transação comercial, como, infelizmente, parece ser o objetivo de muita gente com grande responsabilidade na área da Saúde, mas que de Saúde pouco parecem perceber, e ainda menos de Medicina e dos seus valores”.

estudante com traje académico


Foi num discurso emocionado que João Martins, Presidente da AEFML, recordou a sua chegada à Faculdade. “Coloquei me no vosso lugar, no lugar que era meu há 5 anos atrás, e pensei no que teria gostado que me dissessem ou no que teria marcado a minha experiência na faculdade de forma radical”. E continuou, “porque acredito convictamente, que a vossa história aqui será única, pessoal e trabalhável consoante a vocação, o engenho e a perseverança de cada um de vós, começando a ser construída desde o primeiro momento em que estão sentados nestas cadeiras. Este percurso está longe de ser linear e as dificuldades de entrar num novo mundo com um modelo de ensino com um maior grau de exigência tornam esta experiência desafiante e trabalhosa, exigindo de vocês, um enorme espírito de sacrifício”.

senhor em pé de toga


Por fim, o Reitor da Universidade de Lisboa, António da Cruz Serra, apelou aos novos alunos para que disfrutassem dos diversos espaços que a universidade oferece e que desta nova geração de estudantes, pelo menos um, ganhe o Prémio Nobel. No seu discurso, referiu ainda que começou, hoje, a construção da primeira residência da Universidade de Lisboa, com 300 camas.

Agradeceu igualmente o apoio da FMUL e de Fausto Pinto sobre as medidas tomadas no combate à pandemia e na organização de todos os serviços. E encerrou dirigindo-se aos novos estudantes, “o país espera-vos e eu espero um Prémio Nobel”.

estudantes a receber prémio
orquestra

Reveja a cerimónia, aqui.

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