Candidato à Ordem dos Médicos de visita aos Açores, Fausto Pinto, cardiologista e professor, alerta para os espaços desaproveitados nos hospitais dos Açores, especialmente em cirurgia e adverte que “a telemedicina não deve servir para substituir o trabalho médico”. É “absolutamente contra” a eutanásia.
O QUE O LEVA A CANDIDATAR-SE À LIDERANÇA DA ORDEM DOS MÉDICOS (OM) E QUAIS AS PRINCIPAIS PROPOSTAS DA SUA CANDIDATURA, EM ESPECIAL AQUELAS QUE ENTENDE DISTINGUIREM O SEU PROJETO DOS RESTANTES QUE VÃO A VOTOS?
A minha candidatura a Bastonário da Ordem dos Médicos visa o reforço do prestígio da classe médica, ao serviço da população portuguesa, num momento muito difícil para o País e o Mundo. Trago comigo toda a experiência acumulada ao longo dos anos, na liderança de várias ins-tituições e organizações nacionais e internacionais, transportando as-sim um espírito de excelência e rigor, com provas dadas e resultados auditáveis, que seguramente contribuíram para o reforço do prestígio inerente a uma Ordem dos Médi-cos. Tenho a experiência acumula-da ao longo de 38 anos de exercício médico, incluindo, desde 2014, a Direção do Departamento de Cora-ção e Vasos do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, um dos maiores departamentos cardiovasculares do SNS. Fui ainda Diretor da maior escola médica, a Faculda-de de Medicina da Universidade de Lisboa, de 2015 a 2022, bem como tenho exercido um conjunto vasto de cargos internacionais de grande prestígio, tais como o de atual Pre-sidente da Federação Mundial do Coração, a World Heart Federation até final de 2022 e ter sido também Presidente da European Society of Cardiology.
Tendo sempre por fundo a minha Imparcialidade e independência, terei como missão essencial conso-lidar o prestígio da classe médica, através de uma Ordem de Rigor e Exigência, mais respeitada, mais prestigiada e mais inclusiva. O Bas-tonário tem de ter uma postura in-dependente do poder político, mas, ao mesmo tempo, ter a capacidade e abertura para poder dialogar com qualquer governo, devendo assumir uma posição politicamente neutra, tendo como orientação principal o melhor interesse da saúde da população.
Pontos essenciais da minha candidatura a Bastonário:
➡ A Ordem dos Médicos tem o de-ver de contribuir para a concretização de um Sistema de Saúde inclusivo nos seus vários componentes (Público, Privado e Social), sendo, ao mesmo tempo, a referência e o garante da prática duma medicina avançada, moderna, ao serviço da população.
➡ Promover uma OM desburocratizada, voltada para fora, ao serviço dos cidadãos, que permita ultrapassar a imagem de corporativismo, que vem sempre associada à OM, sobretudo por parte de quem disso pode beneficiar, procurando fragilizar a mesma, logo a classe médica e consequentemente, a saúde das populações.
➡ Impulsionar uma maior interação e ligação da OM às Universidades/Academias/Sociedades Científicas, reforçando a intervenção da OM na formação médica, desde o ensino pré ao pós-graduado, no sentido de reforçar o seu papel na procura de sistemas de formação e educação médica continuadas, modernas e de acordo com as exigências atuais. Implementação de ações concretas, no plano da cooperação e articulação institucionais, nomeadamente no que respeita à partilha de instrumentos formativos que possam ser otimizados ao serviço dos Médicos. Reforço dos apoios à formação, so-bretudo dos jovens médicos.
➡Criar as condições necessárias para garantir maior equidade na Saúde, nas suas mais variadas vertentes, incluindo uma maior participação dos jovens médicos. É clara a necessidade urgente do fortalecimento sustentado do sistema de saúde, bem como uma restruturação do mesmo, com uma visão de futuro, alicerçada nos valores éticos e humanistas, ao mesmo tempo que garantindo o exercício com dignidade da profissão médica. A implementação de medidas que contribu-am para a fixação dos médicos às instituições é, pois, condição essencial para um exercício profissional mais eficaz e condigno, correspondendo às suas naturais ambições.
➡ Criar um Gabinete dos Jovens Médicos, diretamente ligado ao Bastonário, para dar uma maior resposta aos naturais anseios dos médicos do futuro.
➡Criar um Gabinete de Apoio aos Médicos Aposentados, o outro extremo da pirâmide etária, tantas vees esquecido, numa demonstração que a OM é para TODOS, dos mais novos aos mais velhos.
